História da raça
Par Grief, um pastor completamente branco, era o avô materno do primeiro pastor alemão registrado no mundo. Todo Pastor Alemão vivo hoje,cujas raízes remontam a Horand (primeiro cão oficial desta criação), têm ao menos um ancestral branco na sua árvore genealógica e, portanto na sua ascendência genética. A história de Horand foi documentada na enciclopédia canina de Frank Townend Barton, The Kennel Encyclopaedia escrita em 1925 onde lê-se:... "Grief, ancestral de Horand, a Joia da Raça, é um pastor totalmente branco"...

       Dr. Peter Lorenz Neufeld escreveu o primeiro livro com a história do Pastor Branco em 1970 "The Invencible White Shepherd" e atribuiu à casa dos Hapsburgs, da Alsácia Lorena, a tentativa de criar Pastores Brancos para as rainhas que os queriam para acompanhar as carruagens puxadas por cavalos brancos.

      Em ambos os casos, todo cão branco é originário, quer da linhagem de Horand, quer da linhagem de Habsburg

      Nos Estados Unidos e no Canadá, os pastores brancos tornaram-se gradualmente uma raça distinta. Os primeiros cães desta raça foram importados para a Suíça no começo dos anos 70. O macho americano "Lobo", nascido em 05 de março de 1966, pode ser considerado como o progenitor desta raça na Suíça. Os descendentes deste macho, registrados no Livro de Origem Suíço (LOS) como outros pastores brancos importados dos Estados Unidos e do Canadá, multiplicaram-se gradualmente. Existe atualmente um grande número de pastores brancos, de raça pura, depois de várias gerações, distribuídas por toda Europa. Por isso, desde junho de 1991, estes cães estão registrados como uma raça nova no apêndice do Livro de Origem Suíço (LOS).

      Em 1964, em Sacramento, Califórnia foi criado o primeiro clube do Pastor Branco, em 1969, foi formado o Clube do Pastor Branco da América, mais tarde mudando o nome para Clube Internacional (ASCI) e, depois, para Clube Internacional do Pastor Branco. Em maio de 1996, a CBKC (orgão máximo da cinofilia no Brasil) em um trabalho conjunto com o Canil Schimmelpfeng e o Clube do Pastor Branco do Brasil (fundado e dirigido por Lia Segadas Vianna) aceitou e passou a registrar a raça em fase de reconhecimento no Brasil como Pastor Branco.

      E finalmente em novembro de 2002 a Suíça conseguiu junto a FCI o reconhecimento da raça como PASTOR BRANCO SUÍÇO trazendo-a para o grupo 1 juntamente com os demais cães de pastoreio.


fatos curiosos



O começo do genocídio:


 Durante o regime nazista, a sanha da "raça pura", não se limitou aos humanos, atingiu também os espécimes animais.



Começou a discriminação e o genocídio contra os pastores brancos, que irracionalmente, perduraria por quase 50 anos.Sem considerar a experiência ancestral e contemporânea de inúmeros criadores, que tinham nos pastores brancos companheiros inteligentes, robustos e laborais, o regime nazista passou a exigir a matança dos cães, sob alegação de "albinismo" (raça impura).



E segundo alguns relatos, para completar, esses cães seriam os favoritos de importantes famílias judias.



O fato é que na segunda guerra, a totalidade dos cães brancos adultos já desaparecia da Alemanha, mortos de forma cruel, muitas vezes afogados ou jogados nas chamas de fornos.Porém, a forte genética persistindo na sobrevivência, continuava produzindo ninhadas brancas inteiras, do cruzamento dos pastores "oficiais".



Mas os filhotes continuavam imediatamente sacrificados.





A luta do "Pai da Raça”: 


Max E. von Stephanitz, considerado o "Pai da Raça" do pastor alemão", era o dono de Horand (o primeiro pastor registrado), e de vários cães brancos.



Ele esforçou-se para provar que a cor da pelagem não era importante para o valor da raça. Consternado com a perseguição, palestrava para diferentes públicos e escrevia defendendo que os pastores brancos eram saudáveis, fortes e possuidores de qualidades naturais como os outros, que seriam mais ou menos favorecidas, dependendo exclusivamente da criação individual.



Mas tudo isso foi indiferente aos oficiais nazistas, para os quais só importava a aparência do animal, e como membros do Clube do Pastor Alemão, impuseram seu autoritarismo. A cromática branca deveria ser eliminada.



Depois de sofrer muitas pressões e ameaças, em meados de 1935, Max recebeu o ultimato: iria para um campo de concentração se insistisse em proteger a vida dos pastores brancos. Assim, ele desistiu de um trabalho de mais de 30 anos e veio a falecer após alguns meses.




Pós-guerra: 


a saga do valente Pastor Branco continuou 

surpreendentemente, o genocídio não teve fim com o final da segunda guerra, ao contrário, aumentou!



A onda vibracional da ignorância, discriminação e preconceito, atravessou fronteiras, e atingiu até outros países da Europa. De 1945 a meados de 1960, todos os filhotes brancos de ninhadas registradas, eram eliminados assim que nasciam.



Em alguns anos a população do Pastor Branco desapareceu completamente em várias regiões europeias, e teriam desaparecido do mundo, não fosse pelos exemplares levados por americanos no início do século, como fizeram Ann Tracy e Geraldine Rockefeller.



Do outro lado do mundo, sobrevivência e progresso da

raça.



Enquanto os pastores brancos eram dizimados em uma parte do mundo, como era de se esperar, os bons

pastores alemães (de capa preta), também ficavam escassos na própria Alemanha, os melhores se procriavam nos Estados Unidos, incluindo os brancos, que se espalhavam pela Dinamarca, Hawai e Canadá. Todos de origem alemã, levados por viajantes ilustres no início do século XIX.



Os descendentes salvos prosperavam e ganhavam notoriedade, tornavam-se famosos astros de cinema, participavam de espetáculos circenses, serviam de guias para cegos, de cães policiais, de busca e salvamento, ou apenas alegravam o cotidiano de famílias inteiras, incluindo muitas estrelas imortais de Hollywood. Dos anos 40 até hoje, são abundantes as histórias envolvendo os inteligentes pastores brancos.



Um caso é o do cão Harvey, Conhecido como Chinook,

que ganhou prêmios por sua participação em quase

200 filmes, desde um protagonista dançarino, ao

companheiro dos inesquecíveis Roy Rogers e Rin Tim Tim. Toda sua prole também seguiu o caminho do estrelato.



Outro caso bastante simpático, é o do ícone Hollywoodiano Gregory Peck e o divertido incidente canino que "colou" na sua trajetória.



Gregory encenava uma importante produção da época (1949), quando soube que sua pastora branca estava dando cria.


Abandonou as filmagens no ato e correu para casa! Acompanhou o nascimento dos 13 filhotes, e em seguida deu entrevistas posando ao lado deles, ainda trajando o vestuário típico de seu papel no filme!




A enorme popularidade dos pastores brancos na indústria do cinema, deveu-se em grande parte à famosa atriz da época, Dorothy Crider, que encantou-se com seus olhares meigos, inteligência e a facilidade com que respondiam ao adestramento.



Em algumas entrevistas, Dorothy se posicionou sobre a terrível discriminação sofrida pelos pastores brancos na Alemanha:



" Desde muito jovem, eu crio e treino os pastores alemães de cor branca e escura. A diferença é no cão individual e não na cor da pelagem.




Algo que eu nunca permitirei é crueldade com os animais. Na minha opinião, a discriminação é um crime. É um crime a erradicação dos pastores alemães brancos.




Como você pode ver em centenas de filmes, meus cães receberam muitos prêmios ('Pastry Awards') como prova de sua enorme inteligência.




A linhagem dos meus pastores brancos procede da linhagem do austríaco 'Von Habsburg' a partir do século 19. Se o pastor alemão branco fosse realmente inferior, eles já não teriam degenerado depois de todos esses anos?





Tanto esforço de mentes obtusas para eliminar uma cor, terminou não só por aprimorar, como produzir uma nova e exuberante raça, que hoje se distingue e inclusive supera os tradicionais pastores alemães, em variados quesitos.


Graças ao coração generoso de alguns humanos especiais, a ignorância de muitos foi derrotada e podemos contar esse final feliz!


Não é uma linda história de bravura e resistência?

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